to hell with it

to hell with it

Com letras incisivas e talento no uso de samples de clássicos do UK garage, PinkPantheress tornou-se rapidamente uma revelação em 2021. Sua mixtape de estreia, to hell with it, reúne suas canções com um apelo mais pop e mostram a criatividade da cantora e produtora de 20 anos de idade, revelada nove meses antes com seu primeiro viral no TikTok. “Basicamente, juntei as músicas que lancei este ano e que senti que eram as mais fortes”, diz ela ao Apple Music. “Sentei no estúdio com meu empresário e um amigo das antigas, que tem um bom ouvido, e perguntei: ‘Isso soa coeso para vocês? As músicas pertencem a um universo comum?’” O universo de to hell with it equilibra perfeitamente características contrastantes: vocais doces harmonizados com o frenesi do breakbeat (subgênero do garage britânico), samples chiclete com roupagem de produção caseira, letras intimistas mescladas a experiências ficcionais e uma produção leve e brilhante com a intensidade do emocore. “As músicas são profundamente tristes”, detalha PinkPantheress sobre as 10 faixas que fazem parte do trabalho. “Acredito que, mesmo com uma batida particularmente animada, tendo a cantar letras tristes. Eu imagino situações em que alguém estaria triste.” Aqui, a artista nascida em Bath, na Inglaterra, e que vive em Londres, nos guia em um tour faixa a faixa pela mixtape. “Pain” “Nos meus primeiros dias no TikTok, eu criava uma música por dia. Algumas foram bem recebidas, mas ‘Pain’ foi a primeira com um retorno muito bom e a primeira que acabou andando com as próprias pernas. Não foi uma loucura, mas o som estava sendo usado por 30 pessoas, e isso me deixou bastante animada. Muitas delas nunca tinham ouvido garage antes, e eu acho que para elas, o sample [do single 'Flowers', lançado pelo grupo Sweet Female Attitude em 2000] foi uma forma muito palatável de conhecer o garage breakbeat, com sintetizadores de ‘sonoridade britânica’ e todas essas influências.” “I must apologise” “Esta faixa foi produzida por Oscar Scheller [produtor de artistas como Rina Sawayama e Ashnikko]. Eu estava tentando me manter longe de samples na época, mas há algo nessa batida [do single ‘Gypsy Woman (She’s Homeless)’, da Crystal Waters (1991)] que me pegou. Quando começamos a escrevê-la, o Oscar me deu a ideia de uma das melodias e me lembro de ter pensado: ‘Uau, só com base nessa melodia, imagino que essa provavelmente vai acabar sendo uma das minhas músicas favoritas’.” “Last valentines” “Meu primo mais velho me apresentou ao LINKIN PARK. Hybrid Theory é um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos. Por muito tempo, me perguntei: ‘Posso samplear algo daqui?’. Quando ouvi ‘Forgotten’, pensei: ‘Essa guitarra no fundo é incrível. Eu não posso acreditar que ninguém sampleou isso antes!’ Então, fiz um loop dela, gravei em cima, mixei e soltei. Esta foi minha primeira música com uma pegada mais sombria, sonoramente falando. É totalmente emo, desde o sample até as letras.” “Passion” “Para mim, falta de paixão é simplesmente não curtir as coisas como antigamente – não se divertir mais com seus amigos, achar as coisas chatas. Eu mesma não vivi a depressão, mas conheço pessoas que já sofreram e posso criar paralelos com o que vejo na vida real. Como diz a letra, ‘Você não vê a luz’. Acho que fiquei muito mais emotiva do que o necessário, mas ainda me sinto feliz por ter ido tão longe. Os instrumentos são alegres, senti que precisava haver de algo para fazer um contraponto e torná-los um pouco mais tridimensionais.” “Just for me” “Eu fiz essa música com o [artista e produtor] Mura Masa. Eu estava sentada com ele, apenas estudando as referências, e ele começou a fazer um loop. Eu nunca contei isso, mas lembro de pensar: ‘Não sei se serei capaz de escrever alguma coisa boa para isso’; mas veio, depois de 20 minutos que eu fiquei me perguntando o que eu poderia fazer. A frase ‘When you wipe your tears, do you wipe them just for me?’ [Quando você seca suas lágrimas, você as seca só para mim?] simplesmente saltou da minha boca.” “Noticed I cried” “Essa é mais uma faixa com o Oscar [Scheller] e a primeira que fiz sem produção própria. Eu resisti muito a trabalhar com produtores porque gosto de trabalhar sozinha, mas o Oscar é muito bom, então acabou sendo um processo fácil. Ele entendeu a missão. Acho que é a favorita entre as que eu já lancei. É a melodia, sou uma grande fã de como ela flui. Espero que as pessoas gostem tanto quanto eu.” “Reason” “Zach Nahome produziu essa faixa. Ele costumava fazer muito garage, drum 'n' bass, jungle, mas, hoje em dia, seu som é bem diferente disso. Então esse trabalho foi um pouco diferente para ele. Fizemos a base juntos. Eu disse a ele que tipo de batida eu queria, que tipo de som e atmosfera eu queria, e ele veio com isso. Na garage music, eu simplesmente gosto dos breakbeats, da batida. Também é essencialmente britânica. Nós a parimos. Acho que é sempre bom voltar às raízes.” “All my friends know” “Eu queria tentar algo um pouco diferente e houve alguns momentos com essa faixa em que eu não tinha certeza se eu realmente gostava ou não. Depois que parei de debater comigo mesma, ficou muito mais fácil curtir e acabei sentindo que poderia realmente ser a favorita de muitas pessoas. A parte instrumental é muito bonita. Ambos os produtores – meus amigos Dill e Kairos – fizeram um bom trabalho. É sentimental tanto no aspecto musical quanto no pessoal.” “Nineteen” “Esta é uma música que nasceu de uma experiência pessoal. Foi a primeira vez em qualquer uma das minhas músicas em que senti algo como ‘Estou falando a verdade aqui, isso realmente aconteceu comigo’. Meus 19 anos foram um período de confusão, confusão emocional. Eu não queria fazer faculdade, eu queria fazer música. Eu não queria que as pessoas rissem de mim. Eu não queria me expor e depois não fazer com que isso se tornasse realidade. Internamente, eu tinha muita certeza de que isso iria acontecer, só porque acredito muito que as coisas se manifestam. Então, meus 19 anos foram um período de transição. Depois que me acalmei e comecei a fazer o que amava, me senti muito mais confortável e, na verdade, muito mais segura.” “Break It Off” “Acho que ‘Break It Off‘ foi minha faixa revelação. Foi a primeira vez que meu nome foi muito comentado. Eu me apaixonei pela música original [‘Circles‘, single de Adam F (1997)] e eu queria ouvir como uma melodia soaria na faixa. Então, encontrei o instrumental, brinquei um pouco com ele e cantei por cima. Acho que teve 100 mil curtidas no TikTok em uma época em que eu não estava conseguindo números expressivos de curtidas. A letra é realmente irônica, e eu acho que muitas pessoas no TikTok gostam de ironia.”

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