Mirrored

Mirrored

Mirrored, de Vanessa Wagner, se apresenta como uma carta de amor para a música ambient, entregue com muito carinho e rara compaixão. A pianista francesa convida o ouvinte a deixar de “fazer” e passar a “ser”, uma proposta radical que exige abrir mão de distrações e se dedicar a uma escuta profunda. Este programa fascinante de obras contemporâneas se conecta com as origens do minimalismo ocidental, com o apoio de mantras xamânicos, encantamentos sagrados e canções tradicionais atemporais.“A música minimalista geralmente é considerada simples, até simplista”, diz Wagner ao Apple Music. “É verdade que muitas vezes ela apresenta poucas notas – pelo menos em comparação às grandes composições românticas e virtuosas que eu tocava. Por outro lado, descobri um imenso campo expressivo nas peças minimalistas, como dar forma ao som, como ressoar as harmonias, como brincar com os silêncios e as suspensões. Eu sou fascinada pela maneira como a música existe no espaço invisível entre as notas. As noções de invisibilidade, reflexão, realidade imprecisa, melancolia e devaneio estão bem presentes neste repertório. Eu acho que é por isto que os ouvintes gostam tanto: é uma música de luz e sombra.”Feito para ser ouvido sem interrupção, Mirrored começa com uma transcrição de “The Poet Acts”, da trilha sonora do filme As Horas, de Philip Glass, e termina com a quietude de “Mineral”, de Sylvain Chauveau. No meio estão peças de Moondog, Léo Ferré e um Ryuichi Sakamoto inspirado em Debussy. Além disso, há obras de Nico Muhly, Melaine Dalibert e a revelação francesa Camille Pépin, cuja “Number 1” é um dos destaques do álbum. “Esta peça lírica e muito luminosa deve ser uma bela descoberta para muita gente”, diz Wagner sobre a composição de Pépin. “Ela também reflete a fronteira tênue entre os gêneros musicais. E ‘Opus X’, um pequeno óvni de Léo Ferré, é uma raridade sublime.”

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