Chromatica

Chromatica

“Esta música na verdade me curou”. Essa é a mensagem cheia de esperança de Lady Gaga ao emergir de algo como um desvio na carreira – ao ter quase abandonado o dance pop pelo som mais despojado do álbum Joanne (2016) e pelo aspecto intimista de A Star Is Born Soundtrack (2018). Ela está de volta com Chromatica, um álbum conceitual sobre um mundo virtual de cores – produzido por BloodPop®, que também trabalhou em Joanne –, que marca o seu retorno como diva disco. "Estou fazendo um álbum dance de novo", diz Gaga ao Apple Music, “e essa pista de dança é minha, eu fiz por merecê-la”. Assim como para muitos artistas, a música é uma forma de terapia para Gaga que a ajuda a exorcizar os demônios de traumas familiares. Mas foi quando ela abraçou as suas próprias lutas – em relação à saúde mental, à dependência e recuperação, e ao trauma de agressão sexual – que a popstar se sentiu livre o suficiente para começar a dançar novamente. “Não preciso mais sentir dor por tudo o que passei. Isso pode ser apenas uma parte de mim, e eu posso seguir em frente.” E essa é a liberdade que ela quer que seus fãs experimentem, mesmo que demore um pouco para que a maioria deles possa curtir o novo álbum em uma pista de dança. “Mal posso esperar para dançar esta música com as pessoas”, diz Gaga. Mas até lá, ela espera que a música sirva um pouco como terapia, assim como foi com ela. “Se você acreditar em si mesma, vai descobrir que você é boa o suficiente. Eu adoraria que as pessoas que escutassem este álbum sentissem isso”. Abaixo, Lady Gaga fala sobre algumas das principais faixas de Chromatica e conta as histórias por trás delas. Chromatica I “Para mim, o começo do álbum simboliza o começo da minha jornada para a cura. A música vai direto a esse grave arranjo de cordas, em que você sente aquela destruição pendente, que é o que acontece quando eu enfrento todas as coisas que me assustam. Esse arranjo de cordas está preparando o terreno para uma experiência mais cinematográfica com este mundo, que é como eu entendo as coisas.” Alice “Eu tive algumas conversas sombrias com BloodPop® sobre como eu me sentia em relação à vida. ‘Estou no buraco, estou caindo/ caindo, caindo/ O meu nome não é Alice, mas vou continuar procurando o País das Maravilhas’. Esta é uma experiência esquisita em que eu penso: ‘Eu não tenho certeza se vou conseguir, mas vou tentar’. E é aqui que o álbum realmente começa.” Stupid Love “No vídeo de ‘Stupid Love’, o vermelho e o azul estão brigando. Certamente isso poderia ser um comentário político. E é muito polarizador. Eu vejo o mundo como se todos estivéssemos divididos, e isso cria um ambiente tenso muito extremista. E faz parte da minha visão de Chromatica, que quer dizer que isso não é distópico nem utópico. É assim que eu entendo as coisas. E desejo que essa seja uma mensagem que eu possa passar para outras pessoas.” Rain on Me (feat. Ariana Grande) “Quando estávamos produzindo o vocal dela (Ariana Grande), eu estava sentada no console e disse para ela: ‘Tudo o que você se importa enquanto canta, eu quero que você esqueça e simplesmente cante. E, a propósito, enquanto você estiver fazendo isso, eu vou dançar na sua frente’, porque tinha essa janela enorme na música. E ela falou: ‘Oh, meu Deus, eu não consigo. Eu não sei’. E daí ela começou a fazer coisas diferentes com a voz. E foi uma alegria para as duas artistas, tipo: ‘É isso aí’. Os seres humanos fazem isso. Todos nós fazemos coisas para nos sentirmos seguros, e eu sempre desafio os artistas quando trabalho com eles, e digo: ‘Torne isso superinseguro e depois faça de novo’.” Free Woman “Eu fui agredida sexualmente por um produtor musical. Isso formou todos os meus sentimentos sobre a vida, sentimentos sobre o mundo, sentimentos sobre a indústria, o que eu tive que ceder e o que eu tive que passar para chegar onde estou. E eu precisava colocar isso lá. E quando, finalmente, eu pude comemorar, disse: ‘Quer saber? Eu não sou nada sem uma mão firme. Eu não sou ninguém a não ser que saiba que eu posso. E eu ainda sou alguma coisa se não tiver um homem, sou uma mulher livre’. Essa sou eu dizendo: ‘Não vou mais me definir como uma sobrevivente ou vítima de agressão sexual. Eu sou apenas uma pessoa que é livre, que passou por uma situação bem ruim’.” 911 “Essa é sobre um antipsicótico que eu tomo. Porque nem sempre consigo controlar as coisas que o meu cérebro faz. Eu sei disso. E tenho que tomar uma medicação para impedir esse processo. ‘Mantenha minhas bonecas dentro de caixas de diamantes/ Guarde-as até saber que vou derrubar essa fachada que construí ao meu redor/ Mantenha-me em lugares bonitos, o paraíso está em minhas mãos’.” Sine From Above (feat. Elton John) “S-I-N-E (S-E-N-O), porque é uma onda sonora. É esse som, sereno, que vem de cima, que me curou para eu poder me acabar de dançar com este álbum. ‘Ouvi um seno de cima/ Ouvi um seno de cima/ Então o sinal se dividiu no som que criou estrelas como eu e você/ Antes de haver amor, havia silêncio/ Ouvi um seno e isso aliviou o meu coração, ouvi um seno’. Teve um momento mais tarde no processo de gravação que eu realmente pensei: ‘E agora, eu vou prestar homenagem à mesma coisa que me reviveu, e isso é música’.”

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