“A música só pode ser feita hoje em dia com o espírito de união”, afirma o maestro austríaco Franz Welser-Möst na sua autobiografia From Silence: Finding Calm in a Dissonant World (2021). Ele nasceu em 1960, em Linz, e era violinista em uma orquestra da cidade quando sofreu um acidente de carro que afetou os nervos da mão, o que fez com que se dedicasse à regência. Diretor musical da Orquestra de Cleveland desde 2002, Welser-Möst construiu uma reputação de idealista determinado e é um entusiasta da inovação na música. Isso ficou evidente no seu primeiro cargo importante como regente, na Filarmônica de Londres, de 1990 a 1996. Assim como Mahler e Karajan, ele aperfeiçoou sua arte em grandes casas de ópera, como a Ópera de Zurique, de 1995 a 2008, e a Ópera Estatal de Viena, de 2007 a 2014. Em Cleveland, o seu compromisso com a ópera e com a música de novos compositores, além do cânone sinfônico austro-alemão, fez com que a orquestra tivesse um público bastante jovem. Ele também regeu – três vezes – o célebre Concerto de Ano Novo, com Filarmônica de Viena. Welser-Möst é um artista que compreende que a tradição tem a ver tanto com o futuro quanto com o passado.