Gold-Diggers Sound

Gold-Diggers Sound

Quando Leon Bridges decidiu fazer o terceiro álbum, ele queria que fosse algo diferente. “A gente achou que a única maneira de chegar a uma sonoridade especial seria criando uma experiência imersiva e em um lugar que fosse esteticamente inspirador”, diz ele ao Apple Music. Ele se dirigiu ao Gold-Diggers, uma combinação de bar, hotel e estúdio de gravação em East Hollywood [Los Angeles], que permitiu ao cantor de Atlanta explorar a sua música da maneira como ele a escuta na própria cabeça, sem as expectativas dos outros. “Foi algo definitivamente libertador para mim”, diz ele sobre o processo. “Eu pude ser eu mesmo, deixei de lado as minhas inibições e pude criar sem limites.” As músicas dessas sessões, produzidas por Ricky Reed e Nate Mercereau, resultaram em Gold-Diggers Sound, uma das obras mais refinadas de Bridges. Ele ficou conhecido com o seu estilo de soul dos anos 50 e 60, mas este álbum situa a nostalgia em um contexto mais moderno, combinando o R&B dos anos 80 e 90 e uma exuberante instrumentação ao vivo com inspiração no jazz. A composição de Bridges aliada à sua voz sempre foi o mais importante, mas esse novo contexto dá uma vida nova à experiência. “Diversas músicas de Gold-Diggers Sound surgiram a partir de jams improvisadas”, diz Bridges. “De volta ao básico, com músicos juntos no mesmo lugar, criando música do zero.” A seguir, ele comenta cada faixa do álbum. Born Again “‘Born Again’ é uma música que surgiu na pandemia. Quase tudo em Gold-Diggers Sound nasceu no [estúdio] Gold-Diggers, mas esta aconteceu depois disso. Basicamente, Ricky Reed estava fazendo uma live em que produzia uma música ao vivo. Ele me mandou um instrumental para o qual ele queria que eu escrevesse algo e mandasse de volta no dia seguinte. Eu fiquei superestressado porque não conseguia pensar no que escrever. Acordei naquela manhã e a música veio. Eu queria fazer um paralelo com o conceito de novidade espiritual dentro de um contexto gospel ou dentro da Bíblia, mas eu peguei esse conceito e falei sobre como me senti durante a pandemia e como a pandemia foi muito terapêutica para mim. Eu acho que esta música é uma ótima introdução para o álbum porque estabelece totalmente o clima.” Motorbike “O instrumental de ‘Motorbike’ já era algo em que meu amigo Nate Mercereau estava trabalhando, e isso me marcou, e todo mundo na sessão meio que ficou pensando nisso. Passei o meu aniversário de 30 anos em Porto Rico com grandes amigos, havia muita camaradagem e amor naquele momento. Eu queria pegar essa sensação de viver o momento e fugir com quem você ama, e ‘Motorbike’ é meio que isso.” Steam “Esta remete a algo meio Talking Heads. ‘Steam’ é uma das primeiras músicas na qual trabalhamos para o álbum. É como se você estivesse em uma festa, e essa festa fosse interrompida e você quisesse continuar a diversão, então a melhor coisa a fazer é voltar para o hotel e fazer um after.” Why Don’t You Touch Me “Um salve para o grande compositor Kaydence. A gente trabalhou remotamente nesta música durante a pandemia. Achei que era legal escrever sobre o fim do amor em um relacionamento do ponto de vista do homem. E sobre a sensação paralisante de estar fisicamente perto, mas emocionalmente distante de alguém. Você não ouve muito isso a partir da perspectiva de um homem, e essa é a inspiração por trás da música.” Magnolias “Eu fui imediatamente rotulado depois do meu primeiro álbum – e quanto mais eu crio, mais eu quero ser honesto sobre a música que me inspira. Eu adoro a combinação do violão com um R&B mais moderno e mais trap. Minha mãe sempre me incentivou a escrever uma música sobre um pé de magnólia que ela tinha no quintal. E então eu meio que peguei essa ideia e moldei a letra em torno disso. Na minha cabeça, seria assim que a Sade cantaria a melodia do refrão. Isso provavelmente não faz sentido, mas fez sentido para mim na hora.” Gold-Diggers (Junior’s Fanfare) “Um salve para Ricky Reed por ter escolhido músicos de sopro realmente incríveis, como Josh Johnson e Keyon Harrold. Desde a concepção deste álbum eu queria fazer um som progressivo, mas também deixá-lo com elementos orgânicos. Então eu achei que era importante ter o jazz presente em todo o álbum. É um interlúdio incrível, e é algo que você realmente não escuta muito no R&B.” Details “‘Details’ é sobre aprender a valorizar as pequenas coisas. São os pequenos detalhes que completam o panorama geral.” Sho Nuff “Em ‘Sho Nuff’ eu quis canalizar a cultura de Houston. Eu adoro artistas como UGK e esses caras que incorporaram o soul nas suas músicas. Então a parte da guitarra definitivamente remete a isso. Eu queria que a guitarra fosse minimalista e soul, combinada com um clima sexy.” Sweeter “Durante toda a minha carreira, sempre fui cobrado por não fazer música com teor político e meio que refleti sobre isso por muito tempo. Eu só não queria fazer malfeito. Então esse é o momento em que Terrace Martin fez uns acordes malucos, e, para mim, os acordes sempre definem a personalidade da música. Assim que ele começou a tocar, eu soube na hora que era o momento de ‘Sweeter’. Escrevemos esta música antes do caso de George Floyd, mas isso é um reflexo da eterna história de homens negros morrendo nas mãos da polícia. A gente estava trabalhando nessa música por um tempo, e eu estava planejando lançar outra música com o meu amigo Lucky Daye, e nós meio que deixamos essa faixa de molho. Mas, depois do que aconteceu com George Floyd, me senti totalmente obrigado a botar a música no mundo para que servisse como um farol de luz e esperança.” Don’t Worry “‘Don’t Worry’ é uma espécie de fluxo de pensamentos internos. Pensamentos sobre uma antiga ex e a pessoa com quem ela está hoje. Um salve para a minha amiga Ink, cantora e compositora de Atlanta que incorpora esse tipo de vibe country. A energia dela é muito contagiante. Ela entrava no estúdio todos os dias de bota e chapéu de caubói e trazia uma energia incrível para a música. Foi assim que surgiu ‘Don't Worry’.” Blue Mesas “Este álbum resume aspectos multifacetados da vida. Não é sério o tempo todo, mas às vezes tem momentos que captam as dificuldades, e é isso que esse álbum significa para mim. ‘Blue Mesas’ fala sobre o momento em que fiquei famoso e isso foi realmente difícil para mim. Quando você coloca alguém inseguro sob os holofotes, essa pessoa tende a desistir ou a prosperar. Sou grato por ter tido pessoas ótimas ao meu redor para me ajudar a superar esses desafios. ‘Blue Mesas’ é aquela sensação de solidão e o peso que vem quando se tem um pouco de notoriedade, e mesmo assim você se sente isolado – mesmo quando há pessoas que amam você por perto.”

Selecionar um país ou região

África, Oriente Médio e Índia

Ásia‑Pacífico

Europa

América Latina e Caribe

Estados Unidos e Canadá