Assim como os últimos quartetos de Beethoven, as últimas cinco sonatas para piano do compositor exploram um novo território. A Nº 28 é a mais convencional, mas já é possível sentir sua ambição antes da potente “Hammerklavier” (Nº 29), que Igor Levit, aos 26 anos quando gravou este álbum, interpreta com confiança surpreendente. Nas três sonatas finais, Beethoven oferece a essência de sua mensagem em longos e poderosos movimentos de encerramento. Na última, Nº 32 em dó menor – um tom especial para ele –, reduziu a forma a dois movimentos e explora uma linguagem rítmica que parece prefigurar o jazz.