Entre os anos 50 e 60, Sir John Barbirolli transformou a Hallé, de Manchester, em uma das principais orquestras da Inglaterra: como maestro, suas gravações apaixonadas de obras de Elgar e Mahler mudaram a percepção do público sobre compositores que eram, até então, considerados antiquados. Nascido em 1899, em Londres, Barbirolli sempre quis ser maestro. No entanto, ele começou sua carreira como violoncelista freelancer, tocando com as principais orquestras de concertos, óperas e balés de Londres, sob a batuta de maestros como Ansermet, Beecham e o próprio Elgar – cuja música Barbirolli desenvolveu uma conexão especial. Nos anos 1920, mudou para a regência, principalmente de óperas, incluindo no Covent Garden (a partir de 1929). Em 1936, ele sucedeu a Arturo Toscanini como maestro principal da Filarmônica de Nova York, e, em 1943, voltou para o Reino Unido e assumiu como maestro principal da Hallé, posição que ocupou até o fim da sua vida. A profundidade da expressão e a aparente espontaneidade de suas apresentações (sua gravação, em 1964, da Segunda Sinfonia de Elgar é um exemplo marcante disso) foram resultado de uma preparação longa e meticulosa – ele levou dois anos para preparar uma sinfonia de Mahler, antes ainda de começar os ensaios. Por causa disso, seu repertório era mais enxuto do que o de seus colegas, mas ainda assim englobava Schubert, Beethoven, Verdi, Puccini, Sibelius e Berg. Barbirolli também estreou diversas obras britânicas, incluindo o Concerto para Violino (em 1940) e a Sinfonia da Requiem (1941), ambas de Britten, e Sinfonia Antartica (em 1953) e Sinfonia Nº 8 (1956), de Vaughan Williams. Barbirolli faleceu em 1970, na sua cidade natal.