Na série “Heroes”, o personagem Hiro Nakamura tinha a habilidade de viajar pelo espaço-tempo. Faz sentido que Aya Danioko, artista nascida no Mali e que migrou para Paris aos três anos de idade com a família, tenha se inspirado nesta figura fictícia, que esteve no ar entre 2006 e 2010, para a escolha do seu nome artístico. Porque tanto o tempo, quanto o espaço sempre funcionaram de forma diferente para a cantora de R&B. Embora tenha cursado moda na universidade e seguido carreira de modelo, Aya logo percebeu que seu destino estava nos palcos, e não nas passarelas. Aos 25 anos, assumiu a personalidade artística de Nakamura e publicou os primeiros vídeos musicais nas redes sociais. Desde então, já era possível notar o ritmo cadenciado do R&B norte-americano combinado ao afropop que ela trazia orgulhosamente como herança. Tempo e espaço se alinharam na jornada de Aya Nakamura em 2015, quando os singles “J’ai mal” e “Brisé” atingiram números expressivos de streaming, impulsionados por refrãos extremamente melódicos – inspirados por assuntos do coração, é claro – e cantados sobre o pulso do zouk. Romântica, mas com os pés no chão, Aya conectou-se com o público jovem e criou um hype em torno de sua estreia, Journal Intime (2017), que alcançou o Top 10 na França. A primeira música cantada por uma artista francesa a vender mais de 250 mil cópias veio do segundo trabalho de Aya, NAKAMURA (2018). “Djadja”, mais uma faixa com refrão arrebatador, traz os elementos que fazem de Aya Nakamura tão improvável quanto irresistível: raízes africanas, aliadas ao R&B contemporâneo e uma impressionante visão para o futuro da música francesa e mundial.