The Sick, The Dying… And The Dead!

The Sick, The Dying… And The Dead!

Após o lançamento do álbum Dystopia, de 2016, os mestres do metal Megadeth passaram por mudanças drásticas na sua formação. Para começar, o baterista Chris Adler foi substituído por Dirk Verbeuren, que deixou o Soilwork para se juntar à banda. A seguir, o líder Dave Mustaine demitiu Dave Ellefson, baixista de longa data do grupo, e trouxe Steve DiGiorgio, do Testament, para tocar no álbum The Sick, The Dying… And The Dead! “Ter uma nova seção rítmica não afeta a minha abordagem pessoalmente mas, com certeza, muda a forma como tudo acontece”, explica Mustaine ao Apple Music. “Quando novas pessoas estão envolvidas, precisamos ter técnicas de gravação diferentes e também uma outra psicologia. Em uma situação como essa, a comunicação é um dos aspectos mais importantes.” A seguir, Mustaine comenta as músicas do álbum. The Sick, The Dying ... And The Dead! “A letra é sobre a peste negra e como animais que estavam em um barco trouxeram a doença para o litoral. É também sobre ‘Ring Around the Rosie’, uma rima infantil muito mórbida: ‘Ring around the rosie, pocket full of posies’ [em tradução livre: ‘Círculo ao redor das rosas, bolso cheio de flores’]. ‘Rosies’ eram as cicatrizes no rosto por causa da doença, e ‘posies’ serviam para disfarçar o mau cheiro dos cadáveres empilhados por todos os lados. O fim diz: ‘Ashes, ashes, they all fall down’ [‘Cinzas, cinzas, todas caem’]. Bom, todo mundo estava caindo por causa da peste, e era preciso queimar os corpos. Então, essa doce cantiga infantil não é tão inocente assim.” Life In Hell “O nome ‘Life In Hell’ é uma ironia com Viver e Morrer em Los Angeles [filme de 1985]. Eu gosto deste filme, que é sobre uma pessoa tão egocêntrica que só consegue pensar em si mesma. A música acabou nem chegando perto do tema, mas essa foi a inspiração inicial.” Night Stalkers (feat. Ice-T) “Esta música é sobre as forças de operações especiais em Fort Campbell [base militar situada entre Kentucky e Tennessee, nos EUA]. Alguns amigos meus foram pilotos de helicóptero lá – eles já se aposentaram, mas foram fundamentais em diversas missões famosas. É uma enorme inspiração ver essas pessoas que conseguem suportar situações que ameaçam a vida e com treinamento básico que está muito próximo da tortura. Quem aguenta isso é de uma categoria diferente. Ice-T faz parte da música porque ele também esteve no exército. Quando nos conhecemos, ele me contou que já foi um ranger.” Dogs Of Chernobyl “Em linhas gerais, esta faixa é sobre uma relação que acaba, e a pessoa está lidando com o sentimento de abandono. Em um momento, ele está em uma relação; no outro, a pessoa que ele ama sai da sua vida para sempre e sem explicações. Essencialmente, isso foi o que senti quando assisti aos especiais que fizeram sobre Chernobyl. Um deles era um filme de ficção científica sobre quatro crianças que vão visitar a região do desastre nuclear e encontram cachorros. Fiquei pensando que é horrível um cachorro nessa situação. Os donos deles simplesmente os abandonaram. O que eles fizeram? Escrevi: ‘You left me like the dogs of Chernobyl’ [‘Você me deixou como os cachorros de Chernobyl’] e essa foi a semente para a música.” Sacrifice “Anos atrás, eu fui a uma festa em Los Angeles. Havia uns músicos famosos lá, e um deles estava usando óculos escuros caros. Não sei como os óculos foram parar no chão, mas lembro de ver outro cara pisar neles. Pensei: ‘Isso não foi nada legal.’ E o dono dos óculos era tipo o Michael Jordan das guitarras, então, obviamente, o outro cara se sentiu ameaçado ou intimidado. ‘Sacrifice’ foi inspirada em um música que o cara dos óculos escreveu há muitos anos.” Junkie “Esta música é sobre pessoas com traços de caráter que as levam a viver suas vidas em excesso. Quando você está dando os primeiros passos e é cercado por pessoas erradas, começa a ver algumas áreas da sua vida serem arruinadas. Quando eu era pequeno, minha mãe me disse: ‘Mostre para mim quem são seus amigos e vou lhe mostrar quem você é.’ Pensei: ‘Pare com isso, mãe.’ Hoje olho para esse sábio conselho da minha mãe e vejo que tive que cortar muitos amigos. Quando você faz as mudanças necessárias, as coisas melhoram bastante.” Psychopathy “‘Psychopathy’ e ‘Killing Time’ são duas porradas de uma vez. O início de ‘Psychopathy’ é obviamente sobre um psiquiatra falando dos perigos das doenças psíquicas e como muita gente é mal diagnosticada. Disseram muitas coisas sobre mim por causa da minha saúde – quando tive câncer, quando me casei, quando fui salvo. E acabei me acostumando com o fato de que, não importa o que eu faça, as pessoas vão falar.” Killing Time “Em um relacionamento com alguém, a pessoa vai sempre mostrar o seu melhor lado no primeiro encontro. Quando a coisa começa a ficar meio pegajosa, no entanto, você passa a ver quem a pessoa realmente é. ‘Killing Time’ não tem nada a ver com matar [killing] – é sobre procrastinação. É sobre pessoas preguiçosas e que perdem tempo, mas tempo é a coisa mais valiosa que temos neste mundo. Quantas batidas restam no meu coração? Quantas vezes ainda vou respirar até a última vez? Quantas vezes mais ainda vou poder dizer ‘Eu te amo’ para minha esposa, meus filhos, meus fãs? Eu não sei, mas vou apreciar cada momento.” Soldier On! “Se você prestar atenção na letra desta música, vai entender sobre quem é. Se você faz parte desse círculo íntimo, se sabe o que tem acontecido nos últimos 10 anos, conseguirá reconhecer os problemas que aconteceram com a banda – na nossa presença e, algumas vezes, pelas costas também. É sobre saber que, para continuar a experimentar qualquer felicidade no mundo, tenho que deixar um relacionamento para trás. É parecida com ‘Tornado of Souls’ [de Rust In Peace, álbum de 1990]. Se eu contar que ‘Tornado of Souls’ é uma música sobre uma relação que não deu certo, as pessoas dizem: ‘Uau, eu não tinha entendido isso’. Mas é a verdade.” Célebutante “Ouvi Yngwie [Malmsteen] quando ele veio aos Estados Unidos pela primeira vez – ele era um artista contratado pelo [produtor] Mike Varney. Nos dias de Metallica, eu e o James [Hetfield] fomos até a casa de Varney para conhecer seu amigo Yngwie. Ele não estava lá, mas seus amplificadores, sim: todos desenhados com ‘666’. Pensei: ‘Caramba.’ A gente acabou se conhecendo mais tarde, acho ele um guitarrista genial.” Mission To Mars “Esta música é inspirada em todos os conselhos sábios do TED Talks e muitas outras discussões sobre viagem ao espaço. Eu lembro de ter ido à NASA, em Houston [Texas], porque os japoneses mandaram um professor para o espaço para soprar bolhas e conferir se as bolhas podiam mesmo ser sopradas em gravidade zero. Eu disse: ‘Vocês estão de brincadeira. Vocês gastaram 15 milhões de dólares para mandar, no nosso ônibus espacial, um cientista soprar bolhas no espaço?’ A esposa de um dos astronautas ouviu eu falando isso no ar, ficou ofendida e me convidou para ir até lá. Não sei explicar muito bem o que vi, mas me pareceu que havia muita coisa acontecendo que a gente nem imaginava. A corrida espacial é empolgante.” We'll Be Back “Esta música é sobre perseverar no final. Você sabe que não vai conseguir me segurar e, não importa o que aconteça, não vou desistir. As únicas coisas sobre as quais você pode ter certeza neste mundo são morte, impostos e Dave Mustaine encarando qualquer obstáculo.”

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