Let It Be (2021 Super Deluxe)

Let It Be (2021 Super Deluxe)

A dissolução dos Beatles foi um acontecimento notoriamente desagradável: No ano de 1968, John Lennon e Paul McCartney, em alguns momentos, já trabalhavam simultaneamente em estúdios separados; apenas cerca de metade das músicas do Álbum Branco contou com a banda toda. Concebido por Paul como um esforço para reacender a chama do grupo, Let It Be apresenta os Beatles não como um elaborado projeto artístico feito em estúdio, mas como quatro caras fazendo música juntos em uma sala. Por mais polêmicas que as contribuições de última hora de Phil Spector tenham sido (George Martin brincou que deveria receber um crédito pela produção, enquanto Spector deveria receber um por excesso de produção), elas também foram superestimadas: apenas algumas faixas aqui – notadamente “Across The Universe”, de Lennon, e “The Long And Winding Road”, de McCartney – foram super orquestradas. Enquanto algumas músicas foram picotadas e reorganizadas para ficarem mais redondas, o restante do álbum (“Get Back”; a descontraída “For You Blue”, de George Harrison; e o blues surrealista “Dig a Pony”, de Lennon, gravado ao vivo no telhado do prédio da Apple Corps, empresa da banda) seguiu mais ou menos a visão de Paul: os Beatles redescobrindo a postura e a espontaneidade de uma grande banda ao vivo. (“Let It Be” foi uma produção relativamente grande, mesmo antes de Spector embarcar na empreitada.) Ainda assim, é uma audição agridoce – e, às vezes, desconfortável –, e a experiência é afetada mais ainda pelo eterno debate sobre se este foi, ou não, o último álbum da banda, já que ele foi mais ou menos finalizado antes de Abbey Road ser iniciado, mas não foi lançado até a separação do quarteto, cerca de um ano depois. “And now we’d like to do ‘Hark, the Angels Come!’”, Lennon chia num falsete antes de “Let It Be” – uma provocação ao que ele acreditava ser a pseudo-religiosidade de Paul. Mesmo assim, ao escutá-lo, pode-se ouvir o coração, o humor e a camaradagem que tornaram os Beatles tão únicos desde o começo: “Two of Us”, de Paul, a nostálgica “One After 909” e a eterna “Get Back”. Em setembro de 1969, Lennon saiu da banda. Abbey Road foi lançado cerca de uma semana depois. Paul deixou o grupo efetivamente em abril do ano seguinte e botou na rua seu primeiro álbum solo, McCartney, uma semana depois. Em uma autoentrevista, que também serviu para promover o álbum e, ainda, como uma cuidadosa declaração de independência pessoal, Paul disse que seu único plano imediato era amadurecer.

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