Invincible Shield (Deluxe Edition)

Invincible Shield (Deluxe Edition)

Após 19 álbuns em uma carreira que ajudou a definir um gênero, os deuses do heavy metal do Judas Priest ainda estão no topo. Invincible Shield (2024) dá continuidade à tradição de Firepower (2018) de criar hinos do metal ao gosto dos fãs, com faixas inspiradas no ódio coletivo da internet (“Panic Attack”), em políticos charlatães (“Devil In Disguise”), nos julgamentos das bruxas de Salém (“Trial By Fire”), entre vários outros temas. “Como mensageiro do metal do Priest, estou sempre atrás de oportunidades de explorar temas e ideias que nunca explorei antes”, diz o vocalista Rob Halford ao Apple Music. “As pessoas buscam novidades, coisas diferentes. É a mesma coisa com todos nós na banda. Acho que é muito importante, na música, ser interessante, envolvente e divertido. E acho que o Priest vem fazendo isso há 50 anos. Caso contrário, a gente teria acabado há décadas.” A seguir, Halford comenta cada uma das músicas de Invincible Shield, além das três faixas bônus da edição deluxe: Panic Attack “Quando você discute temas, assuntos, ideias e tal, percebe que tudo já foi feito. Essa é a real. Sempre que penso em nomes para uma música, faço uma busca desse nome, porque odeio fazer coisas que já foram feitas antes. Mas ‘Panic Attack’ [ataque de pânico]... adoro esse termo. Eu costumava ter ataques de pânico antes de ficar sóbrio e eles eram muito debilitantes. No caso desta faixa, é sobre uma pessoa reagindo a alguma coisa que viu na internet.” The Serpent and the King “A serpente é o diabo e o rei é Deus. Seria o diabo uma divindade? Não sei. Mas acho que a serpente surgiu para mim antes e, depois, naturalmente minha mente foi para o rei. Sempre tento usar pelo menos uma palavra nos álbuns do Priest que nunca usei antes, como ‘enxofre’. Sabemos como é o enxofre, sabemos como é o seu cheiro. Daí temos o diabo e Deus em um conflito. Bom e mau, positivo e negativo, luz e sombra. É uma batalha constante.” Invincible Shield “Esta é sobre resiliência, determinação e proteção. Enquanto eu estava lá sentado, com uma folha em branco e um lápis na mão, me veio à cabeça a invencibilidade de quem somos como pessoas em todos os aspectos da nossa vida e nossas vivências – e o escudo que usamos para nos proteger. É sobre se posicionar e se defender dentro do nosso universo do heavy metal.” Devil In Disguise “Sou um caçador de manchetes. Como a maioria das pessoas mais velhas, você começa a se envolver mais com política à medida que os anos passam. Quando você é mais jovem, pelo menos a maioria, não dá a mínima para política. Mas quando fica mais velho, começa a pensar: ‘Por que eu quero bancar o Elvis, sacar minha arma e dar um tiro na TV?’ Então esta música surgiu do mero pensamento sobre esse espectro político, mas também faz referência aos picaretas, os famosos vendedores de óleo de cobra deste mundo. No Velho Oeste, o cara do óleo de cobra chegaria dizendo: ‘Esta poção vai curar sua calvície. Esta aqui vai fazer seu cavalo voltar a comer’. Não estamos muito longe disso, não é?” Gates of Hell “Este álbum tem alguns momentos muito sombrios e profundos, e este aqui vai para o purgatório. Você vai chegar lá se vier comigo. É esse senso de unidade desta linda comunidade do metal que a gente tem. Assine nessa linha, deixe o Priest vender sua alma. Aqui eu estava pensando no PMRC [sigla em inglês para Centro de Recursos Musicais para Pais, comitê norte-americano formado em 1985 com o objetivo de controlar o acesso a músicas consideradas impróprias e que deu origem ao selo Parental Advisory], em música do diabo e nas pessoas que costumavam ir para a porta dos shows com placas dizendo ‘Judas Priest é o diabo’ e outras coisas engraçadas. Esta música joga isso de volta na cara delas.” Crown of Horns “Esta faixa fala sobre encontrar amor. Você acha que, se conseguir encontrar o amor, vai se sentir completo. E é uma música muito profunda para mim, espiritualmente falando. É sobre encontrar Cristo, de verdade, mas embalei isso nessa bela esfera de amor. O amor é tudo o que importa. O amor vence o ódio sempre, em qualquer lugar, não importa de onde você venha. É o que nos mantém unidos.” As God Is My Witness “Ando pensando muito sobre a morte e acho que esta música é um reflexo disso. A vida pode ser uma batalha. Quer dizer, pode ser uma batalha no sentido de não conseguir encontrar aquela marca de pão que você quer – ‘eles não têm pão!’. Originalmente, nós íamos chamar esta faixa de ‘Hell to Pay’, mas ‘As God Is My Witness’ caiu melhor. É o tipo de coisa que as pessoas falam no dia a dia, como, por exemplo, ‘You’ve got another thing coming’ ou ‘Breaking the law’. Essas frases estão por aí e elas são divertidas de usar.” Trial By Fire “Eu vi alguma coisa no Netflix sobre o julgamento das bruxas de Salém. Todas aquelas mulheres foram tratadas de maneira hedionda por pura superstição. O poder da religião afeta a humanidade muito profundamente e parte disso é trauma. Essa foi meio que a faísca desta música, mas ela também faz referência à forma com que as pessoas, quando ouvem uma determinada história ou incidente (e isso é a natureza humana), se tornam o juiz, o júri e o carrasco. Somos muito rápidos para formar opiniões.” Escape from Reality “O grosso desta música veio do [guitarrista] Glenn [Tipton]. Ele tem esse baú de riffs. O lance sobre um riff é que não importa se ele foi criado em 1970 ou em 2023. Em Invincible Shield, este riff é uma afirmação do peso do Judas Priest nesse contexto de um ritmo mais lento. Acho que é a única faixa do álbum com esse tipo de groove. Algumas mensagens deste álbum são bastante pessoais e ‘Escape from Reality’ é uma delas. Ela fala sobre desejar poder voltar no tempo para consertar certas coisas, seja lá o que for. Pode ser uma coisa simples como uma discussão em um relacionamento ou um acontecimento grandioso e traumático.” Sons of Thunder “Quando você monta em uma Harley ou qualquer moto do tipo, é um epítome da liberdade. A moto representa muitas coisas para o Judas Priest e somos a única banda de heavy metal que ainda usa a moto de forma consistente. Tudo que faz parte dela (a moto é barulhenta, fedida, irrita as pessoas) é metal. Eu queria me divertir um pouco com isso. E é uma espécie de aceno à [série] Sons of Anarchy, porque esse espírito livre e essa parte da cultura americana são a nossa cara.” Giants In the Sky “As referências para criar esta faixa foram Ronnie [James Dio] e Lemmy [Motörhead], dois grandes amigos. Originalmente, ela ia se chamar ‘The Mighty Have Fallen’, mas depois achei muito deprimente. Vamos levantar um pouco a moral aqui. Vamos dar uma certa transcendência. Também pensei em uma rádio de rock ‘n’ roll. Eu cresci na Inglaterra e a gente só tinha uma estação de rádio. Na primeira vez que vim para a América, não conseguia acreditar na quantidade de estações que existiam. E, agora, enquanto conversamos, alguém, em algum lugar do mundo, está ouvindo Ronnie ou Lemmy em alguma rádio. Eles são os gigantes no céu.” Fight of Your Life “Esta é uma faixa bônus. Eu queria muito que ela entrasse na tracklist principal, mas não consegui fazer do meu jeito. Não sou fã de esportes violentos, mas consigo entender o atleticismo e a técnica do MMA e do boxe e até curto umas coisas mais divertidas, tipo wrestling. E aqui você está lutando pela sua vida. É uma tormenta, mas você está indo em frente. Eu adoro esta faixa. Para mim, ela é tipo: ‘A gente pode, por favor, botar esta música em um jogo da NFL ou da NBA?’.” Vicious Circle “Às vezes, as relações caem em um círculo vicioso. ‘With the wicked schemes, cut deep the way that you can try/ It makes me wonder how you sleep.’ [em tradução livre: ‘Com seus esquemas perversos, você vai fundo na direção que pode/ Isso faz eu me perguntar como você consegue dormir’] Então, mais uma vez, entramos na arena política, né? ‘I stand against you as you rage/ My fate has struck your gilded cage.’ [‘Eu te enfrento enquanto você explode/ Meu destino acertou a sua gaiola dourada’] É uma música sobre como nossos relacionamentos pessoais podem cair em um círculo vicioso, mas também entra nesse espectro da política.” The Lodger “O Bob Halligan Jr. escreveu esta faixa. Ele é o compositor de ‘Some Heads Are Gonna Roll’ e ‘(Take These) Chains’. O Bob apareceu em um show nosso há alguns anos só para ver a banda. Foi ótimo encontrá-lo e eu adoro o que ele fez com essas duas músicas, então eu disse: ‘Se você tiver alguma coisa, me manda’. Acho que um mês depois, ele me enviou esta aqui. É sobre um cara que mata a esposa e depois a irmã. É uma espécie de minifilme sobre vingança e justiça. O Bob tem muito talento para as palavras e imagens, e eu gosto muito da atmosfera sombria e misteriosa desta música.”

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