O Que Rolar Rolou (Ao Vivo)

O Que Rolar Rolou (Ao Vivo)

Di Propósito, grupo de pagode brasiliense conhecido pelo hit “Manda Áudio”, lança O Que Rolar Rolou, seu primeiro álbum, depois de dez anos de carreira, acompanhado também de um DVD. Gravado em fevereiro de 2020, antes da pandemia do COVID-19, o projeto tinha a ideia inicial de ser um show pequeno, com seis faixas, afinal era o que cabia no apertado orçamento do septeto. “Em Brasília, fazíamos muito sucesso e construímos uma força muito grande. Então, nosso diretor visual, Anselmo Trancoso, nos convenceu que deveríamos mostrar a nossa imagem para todo o Brasil”, revela o vocalista Kaique, em entrevista ao Apple Music. “Somos um grupo de fora do eixo Rio – São Paulo, com um público forte, que faz evento em dia de semana para 5 mil pessoas. Então, decidimos fazer um DVD e marcar a nossa carreira”. Ao lado de Kaique, Di Propósito é composto por Laycon (Voz), Gege (Percussão), Xandy (Pandeiro), Pedrinho (Tantan), Mateusinho (Cavaco) e Acerola (Surdo), e todos tiveram voz nas decisões de quais faixas entrariam no álbum, mas isso não foi um processo fácil. “Quebramos muito a cabeça. Somos sete artistas, cada um com um gosto diferente. Junto com o Boris Bass, nosso diretor musical, alugamos uma casa e passamos dois dias acordados, ouvindo, fazendo audições. Houve algumas faixas que entraram nos 45 minutos do segundo tempo”, explicou o cantor. Assim, O Que Rolar Rolou conta com regravações e também músicas que emocionam bastante a todos os componentes do grupo. Segundo Kaique, ao apresentar faixas que permeiam diferentes gêneros, há uma chance ainda maior de atingir um público mais variado e, dessa maneira, se firmar ainda mais no cenário musical. “Nossa ideia nunca foi dinheiro, sempre foi plano de carreira, porque eu acho que o sucesso você obtém com o trabalho. Mas manter o sucesso é o que realmente faz a diferença”, diz Kaique, que visa agradar a todo mundo, “nem que seja apenas um pouquinho”. Abaixo, Kaique conta detalhes e curiosidades das 20 faixas presentes em O Que Rolar Rolou. “Manda Áudio” “Ela mudou as nossas vidas! Já tínhamos tentado acertar algumas músicas, mas elas não funcionaram como imaginávamos. Então paramos e começamos a procura. Na época, estava muito forte o negócio de ‘hit’, pensávamos que se acertássemos um ‘hit’, iriamos para o Brasil, porque até então estávamos muito em Brasília, muito regional. Então, publicamos nas redes sociais que precisávamos de músicas, e o Pedrinho, que toca tantan, recebeu ‘Manda Áudio’ e mandou para todo o grupo. Ela chegou bem sertanejo, bem voz e violão. Quando ouvi o refrão, me arrepiei todo, dos pés à cabeça. Meu pai me dizia: ‘A música quando é boa, sentimos no peito, no coração’. Quando me arrepiei, disse: ‘É esta’. Disseram que ela era curta e rápida, mas eu sabia que era essa, porque o refrão faz você querer cantar e gritar. Mandamos para o Boris [diretor musical], e ele disse que era a música que precisávamos para chegar lá. E olha tudo o que aconteceu!” “O Que Rolar, Rolou” “Eu não quero dizer que o álbum foi a nossa última tacada, mas foi uma aposta muito grande para a gente, como grupo independente. Fizemos shows de quinta-feira a domingo para conseguir custear algo assim. É um investimento muito alto, sem patrocínio, investidor ou empresário. Você imagina: sete garotos, trabalhando dia após dia, alguns com o dinheirinho na poupança guardado para comprar um apartamento no futuro, e tiraram do próprio bolso para poder apostar nisto. ‘O Que Rolar Rolou’ é o nome que diz que estamos apostando nisto: vamos fazer, sem saber se vai dar certo. Apesar da faixa também ir para o lado romântico, ela também diz que o que rolar, rolou. E acabou dando o nome ao álbum”. “Barulhinho” “Essa tem a história mais engraçada do mundo, retrata a nossa juventude. Vida de rede social. Todo mundo querendo dizer que se superou, que deu a volta por cima, mas a gente sabe que não é bem assim. Tinha que incluir uma faixa dessas. A gente viu bastante em shows, com os integrantes do grupo, todo mundo diz que está bem, mas é o celular vibrando no restaurante do hotel, e depois vira para um cantinho para responder uma mensagem.” “Multiplica por 10” “Esta é uma faixa que tem uma menção a ‘Esse Cara Sou Eu’, do Roberto Carlos, e quando ouvimos, achamos genial a ideia, porque é uma música muito bonita, na qual o rapaz está tentando dizer e mostrar que ele é bom, que ele presta e tem o seu valor. E que ‘esse cara é ele’.” “Para Tudo/ Loucuras do Seu Coração” “Essas são regravações de peso para a gente, somos muito fãs do Jeito Moleque, de ‘Para Tudo’, um grupo que traz bastante nostalgia e deixou uma marca no segmento. Depois vem ‘Loucuras do Seu Coração’, do Sorriso Maroto, que tem um legado e uma história linda. A gente tem esses grupos como referência porque marcaram a história, e é o que queremos fazer, deixar um legado, ter uma carreira sólida e forte.” “Mete a Louca” “Precisávamos deixar uma mensagem que estivesse surfando na onda dos assuntos mais falados, pois estava sendo comentado bastante o empoderamento feminino, a independência das mulheres. Então, essa questão do espaço da mulher e o do respeito estava sendo falado. Quando ouvimos, pensamos que seria uma mensagem muito legal de passar, porque a mulher sofre muito julgamento no nosso mundo. Mas a gente que está no palco enxerga diferente, a gente vê a mulher que está no camarote, com as amigas, chamando o garçom, pagando sua própria bebida, chamando seu táxi e voltando para a casa feliz.” “Admirador Secreto” “‘Admirador Secreto’ é um balanço que precisávamos ter. Sou muito fã desse ritmo, um samba rock, mas bagunçado. Eu sou muito fã de música americana, R&B, black music. E o álbum tinha que ter isso. A música retrata muito bem os homens que só observam, que falam menos.” “Uma Carta” “Mais uma regravação! Essa é Do LS Jack, um grupo que marcou história. A gente tem muito isso de poder reviver as coisas e passear um pouco no tempo. Acho muito interessante a questão da soma e eu acredito que nunca seremos muito bons sozinhos. Para chegarmos lá, você precisa de alguém, e a música é assim. Eu poderia fazer um álbum inteiro com tudo novo, mas por que não o fazer revivendo algo que foi marcante? Acho que é bom trabalhar com o sentimento, com a memória. Depois de tantos anos, relembrar uma parada tão legal.” “Fica a Dica (Feat. Vitinho)” “A gente diz que não quer um relacionamento sério, mas a gente quer um relacionamento sério! Tem o encontro casual e o encontro de casal, e eu falo por mim. Mas acho que hoje estamos vivendo essa coisa de ‘sou desapegado’, todo mundo, no fim das contas, que jantar à noite com alguém, quer dormir junto, quer levar no almoço de domingo na família, quer um companheiro ou uma companheira. É legal ter alguém com você para compartilhar a vida e o dia a dia.” “Só Você” “Fábio Júnior, né? Mais uma regravação que supera as barreiras do tempo. Ele marcou muito a história, e poder fazer essa música mais puxada para o lado do pagode, foi incrível. Eu sou muito fã desta faixa, ficou sensacional. A gente colocou a orquestra ao fundo, o que deixa a música maior, com um ar mais charmoso.” “Love no Cafofo” “Esta música a gente ouviu na audição e disse: ‘É isso aí’. O Acerola, quando escutou a primeira vez, já tinha criado a coreografia. E a gente é muito isso, com energia, mesmo que tenha essa questão polêmica de ser a mulher do amigo. Eu até fiquei com um pouco de receio, é um assunto complicado, mas, quando chega ao refrão e fica descontraído, deixa a faixa mais leve e tranquila.” “Invencível/ O Meu Amor É Belo/ Direito de Te Amar/ Defeito Meu” “Esta deu o que falar! Eu custei para cantar, porque não tem jeito, Belo é Belo. Somos muito fãs dele, temos um carinho e uma admiração muito grande por ele. Todos os estados, todas as pessoas amam o Belo. Ele tem muita identidade na voz, então é muito difícil de interpretar. Ele tem tons muitos altos, e quando fomos gravar fiquei com muito medo, porque não podemos trocar o bom pelo mais ou menos. Fiquei bastante na defensiva, pois queria que as pessoas gostassem da minha maneira de interpretar as canções. Eu choro só de falar, tanto que agora estou bem emocionado. Belo não tem jeito, é bravo. Ele não precisa fazer mais nada.” “Namora Eu Aí” “Essa foi uma das faixas que entrou nos 45 minutos do segundo tempo. Estávamos pensando bastante nas participações e queríamos colocar algo com sertanejo, mas ainda não tínhamos achado uma música assim. Nós, bem audaciosos, já que estávamos gravando um DVD, pensamos em chamar o Jorge & Mateus. Chegamos a mandar umas mensagens, mas eles estavam fora. Então escutamos esta música e pensamos em chamar o Wilian & Marlon, uma dupla sertaneja da nossa cidade mesmo. Eles são grandes artistas, cantam muito, fazem muito sucesso. Eles aceitaram e, na minha humilde opinião, ficou perfeita.” “Parei Com Você” “Foi uma escolha do Laycon, uma música que ficou muito boa na voz dele. No dia da audição ele se identificou na hora, começou a cantar o refrão, e ficou muito gostosa na voz dele.” “Bilhete” “Eu me apaixonei por essa. Gosto dessas músicas com história. Escutei e pensei: ‘genial’. O cara acorda mais cedo que a mulher e sai para correr, fazer exercício de manhã. Começa a sua rotina, senta para tomar café e tem um papel, com um pedido de casamento. Mas não um pedido de casamento ‘você quer casar comigo?’. Ele tem toda uma questão mais elaborada. Quando escutei, fiquei apaixonado, e acho que a música tem que causar essa sensação de paixão, ela passa essa coisa leve, bons pensamentos, uma sensação de abraço.” “Céu Azul/ Andei Só” “Quem não escuta Natiruts e Charlie Brown Jr.? A gente é muito fã e escuta muito. As pessoas acham que a gente só escuta pagode, mas estão enganados. Somos muito dessa onda de não ficar apenas no pagode, gostamos de ter essa diferença e também trazemos para o pagode. Mas olha o Charlie Brown, o quanto a banda marcou a história de tanta gente, e esta música [Céu Azul] foi um pouco antes de tudo o que aconteceu com o Chorão, e, poxa, as pessoas ficaram muito impactadas com o que aconteceu. Na hora em que a tocamos na gravação do DVD, teve gente que chorou. E sobre o Natiruts não tem o que falar, se você colocar uma música de 2006, parece que foi gravada agora.” “Paz ou Guerra” “Essa também foi uma das que entrou por último, fala sobre os relacionamentos do dia a dia. Alguns casais vivem esse cabo de guerra, uma relação muito difícil, mas no fundo se amam. Então, tem que decidir se é paz ou se é guerra, e não adianta ficar brigando. A briga prejudica o amor e o sentimento. Essa música tem uma mensagem boa, construtiva. A música tem o poder de curar.” “Ela (Feat. Suel)” “Quando ela tocou pela primeira vez, eu falei: ‘É essa aí’. Sabe aquelas cenas de DVDs antigos, das pessoas na frente do show com balão, faixa de cabeça, camisetas de coração? Quando eu a escutei, lembrei dessa imagem, das fãs na frente do palco dessa forma. Esta música exalta as mulheres dessa forma e é mais uma mensagem positiva. É uma música linda.” “Que Nem Maré/ Fora da Lei” “Jorge Vercillo e Ed Motta, grandes nomes da MPB. Eu sou apaixonado por MPB, porque toda música que você coloca no pagode, fica uma delícia, e a gente também quer entrar em outras playlists e fazer com que todo mundo escute a nossa música. Por que um artista fica internacional? Porque a música dele é boa e todo mundo escuta. Eu ouço muita gente dizer que não gostava de pagode, mas que começou a gostar depois de ouvir alguma música nossa. Se eu conseguir agradar 10 mil pessoas em um show, eu tenho tudo para seguir tendo sucesso, porque eu pensei no público.” “Princesinha” “É uma música pela qual me apaixonei quando fomos gravar ‘Manda Áudio’. Geralmente ficamos ouvindo outras coisas durante as gravações, e aí Boris Bass me mostrou ‘Princesinha’, que um outro grupo ia gravar. Quando eu escutei, não sei o que aconteceu, mas ouvi várias vezes. Pedi para gravar, mas era de outro grupo. Cheguei no hotel e fiquei cantando. Pedi para Mateusinho, que tinha mais intimidade com Boris, para me deixar ficar ouvindo, mas ele não quis. Voltamos para casa, e fiquei com a música na cabeça. Depois de uns três meses, Boris foi fazer um show em Brasília com o Sorriso Maroto e a gente marcou um almoço. Quando eu cheguei, eu estava cantando essa música e ele viu que eu gostava muito dela, aí ele falou que o outro grupo não ia gravar mais e me deu. Isso aconteceu no sábado, e ele me ofereceu para gravar na terça-feira. Nós não tínhamos dinheiro, daí o Xande pegou o carro da mãe dele, pegamos a estrada, três horas de carro, gravamos a música e voltamos. É uma música que, quando eu escutei a versão final, que vai sair no álbum, eu me arrepiei inteiro. Não sei o que eu tenho com ela, mas eu ainda acho que alguma coisa vai acontecer.”

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