LADY LESTE

LADY LESTE

Gloria Groove está de volta e, desta vez, ela veio para contar a sua própria história em LADY LESTE. “O processo começou lá atrás, em março de 2021, quando comecei a rabiscar as primeiras coisas”, conta a artista ao Apple Music, ao lembrar do processo criativo. “Eu queria fazer um ‘detox’ da era [do EP] Affair, que era muito romântica, e estava em busca do que eu seria quando voltasse para a pista. Aliás, foi assim que surgiu ‘BONEKINHA’, porque eu queria fazer em um momento de autoconfiança em que eu estava.” Segundo Groove, as inspirações para este álbum surgiram naturalmente. “Somei as novidades com algumas outras coisas que estavam engavetadas, esperando surgir uma pegada mais legal. Costurei com ideias que tive com Pablo Bispo e Ruxell e, no fim, tudo aconteceu muito rápido. Houve até mesmo uma fase bem acelerada, quando concluímos tudo em oito dias, em um fluxo sobrenatural de fazer mais de três coisas por dia. A gente foi chegando muito rápido ao nosso objetivo e ficou faltando só quem nós queríamos chamar para as ‘feats’.” Em LADY LESTE, Groove mostra não apenas que domina o pop, mas que também sabe transitar muito bem entre outros gêneros musicais, como o rap, o funk e até mesmo o pagode. E, de maneira previamente pensada pela cantora, o álbum costura esses gêneros por meio da história da própria Gloria Groove, que se inicia no funk, homenageando suas origens da Vila Formosa, bairro da zona leste de São Paulo, e termina no rock, mirando no futuro. Para isso, a artista juntou diferentes referências. “São coisas desde a minha infância, coisas a que eu assistia na TV, até mesmo às meninas que estudavam comigo na escola e suas atitudes. A era Lady Leste grita a estética do lugar de onde eu vim. Ser da zona leste me destaca de outros artistas pela atitude, pela estética, por nossa cultura ser muito viva. Eu fui buscar tudo isso ao meu redor. E tudo isso, somado ao meu lado Lady, que vem das minhas referências gringas, e ao meu aprendizado do teatro musical e dublagem. Assim, cheguei a esse lugar meio mágico, que mistura realidade e fantasia”. Para ela, é necessário aproveitar os frutos atuais da carreira, mas sem nunca esquecer de onde veio. “Tenho o lado Lady, que está para o lugar que eu quero conquistar, e o lado Leste, que é onde mora o meu coração. Quando eu chego em casa na Vila Formosa, sei que é de lá que eu sou.” Agora, com suas músicas chegando cada vez mais a um público maior e com um sucesso atrás do outro, Groove entende que vive o melhor momento de sua carreira. “Eu vejo a minha carreira agora como tudo o que eu sempre sonhei, desde que eu era um adolescente fã de diva pop. Eu vi 2011 acontecer, um grande ano do pop internacional, então a minha grande diversão era seguir divas pop, sem nunca imaginar que eu encontraria a cultura drag e conseguiria canalizar as minhas referências. LADY LESTE é o mais perto que eu cheguei do produto final de tudo que somei na minha carreira.” A seguir, Gloria Groove nos acompanha em uma viagem sobre a sua vida por meio das 13 faixas do álbum. “SFM” “É uma parceria com o MC Hariel. Esta faixa, na verdade, nasceu de um beat que o Ruxell fez – mas, no dia em que ele fez, não deu em nada. Eu o levei para o hotel e criei ‘SFM’, e assim nasceu a faixa. Só depois tivemos a ideia de levá-la para o Hariel, e eu achei muito da hora, porque já queria que o álbum abrisse com essa pegada mais funk. Então, nada melhor que ‘SFM’, um funk mais envolvente, de parar a pista, e o Hariel chegando junto nos versos dele, que é algo indescritível, porque ele traz essa energia de que alguma coisa está prestes a começar. É um funk muito convidativo e ao mesmo tempo sensual. Para receber ‘BONEQUINHA’, então é como uma introdução. É uma das músicas mais ‘chave’ do álbum, por assim dizer.” “BONEKINHA” “Ela é onde toda esta brincadeira começou. Eu comecei a experimentar a estética da Lady Leste com esta música, que se tornou o meu hino. Eu a coloquei como o Norte de tudo o que eu queria fazer. Tem a guitarra do final do álbum, o beat do funk do começo, tem a referência de rap e de trap, que estão no meio do álbum. Ela acaba puxando o álbum de um jeito muito melhor do que eu poderia imaginar. Sou muito fã, esta música é um fenômeno.” “VERMELHO” “Mais um funk do álbum. Nesta música, eu presto homenagem à vida e à obra do MC Daleste, com o sample de ‘Mina de Vermelho’, um grande sucesso dele. Ele foi um MC que faleceu em 2013 e marcou a vida de muitas pessoas da minha idade. Eu sinto que, antes da Gloria Groove, ele foi outro grande artista que colocou a zona leste em destaque. Quando eu me deparei com a possibilidade de fazer isso, foi muito da hora. Alguns fãs fizeram um compilado de todas as vezes que eu tinha usado vermelho e, quando eu vi, lembrei da música da ‘Mina de Vermelho’. Pensei: ‘Caramba, e se eu samplear e ainda criar uma faixa conceitual sobre a cor vermelha?’ A minha mente explodiu! Eu sabia que esta música tinha que existir. Senti que seria o momento ideal para ter esta música no álbum.” “FOGO NO BARRACO” “Esta faixa foi uma sacada que Pablo e Ruxell me mostraram, e eu amei de primeira, achei muito Lady Leste. Cheguei junto, completei, meti meus vocais. Quando acabamos, eu pensei: ‘Quero gravar isso com alguém’. E o beat já me remeteu ao Heavy Baile, porque é a voz do MC Tchelinho. A música é um samba pop bem sensual, largadinho, com uma letra sensual. Para mim, esta música é muito ‘Lady Leste em uma noite no Rio’.” “TUA INDECISÃO” “Eu tenho uma paixão muito grande por pagode, uma coisa de família mesmo. E estávamos no estúdio com o Lukinhas, um grande artista, brincando mesmo, e surgiu a ideia de fazermos um pagode dos anos 2000, com todos os clichês. O Lukinhas largou uma melodia lá, eu comecei a fazer a letra e, juro, saiu em meia hora. Foi uma coisa muito rápida. E tudo com esta faixa aconteceu muito rápido, porque no mesmo dia a Mirela, que trabalha comigo, disse que conhecia o Bruno, do Sorriso do Maroto, o chamou para ouvir a música e ele topou fazer com a gente.” “APENAS UM NENÉM” “Uma faixa muito gostosa, uma das mais fofas. Ela entra em qualquer lugar, desce redondo. E tem a participação da Marina Sena, que é uma amiga que eu amo demais, uma artista excepcional e uma pessoa muito generosa. Foi muito gostoso podermos marcar a nossa amizade com esta música, que é a minha cara e é a cara dela também. É a gente fazendo manha, com carinha de neném, e sendo gostosas. É uma música de duplo sentido que une a família.” “JOGO PERIGOSO” “Essa é uma das faixas mais antigas do álbum. Foi uma daquelas que eu guardei, esperando o momento certo para ela existir. E precisava de um reggaeton para o álbum. É uma música que eu curto muito, uma das faixas solo do álbum, e é uma jogação pop, muito familiar para mim. Estaria no álbum de uma diva pop.” “GRETA” “Esta é mais uma brisa minha de alter ego, que eu adoro criar. Se a Mary Jane era o meu lado fofinho e amoroso, até meio trouxa, a Greta veio para ser o meu outro extremo. Ela sou eu quando estou muito brava, nervosa. Ela é um lado que eu guardo dentro de mim, eu nunca seria ela para fora, mas, dentro do trabalho como Gloria Groove, eu consegui canalizar a Greta algumas vezes, como por exemplo aquela Gloria que vai resgatar a Lia [Clark] em ‘Terremoto’. Eu acho que ela já existia, mas dei um nome para essa Gloria fugitiva, vingativa. E fiz um hino para esse alter ego, além do nome Greta, porque ela é treta que se escreve com ‘G’. Ela no álbum tem o papel de apresentar a parte mais hip-hop.” “PISANDO FOFO” “Parceria com Tasha & Tracie, dois grandes fenômenos do trap e do hip- hop brasileiro. Esta música foi uma sacada que eu tive com Pablo e Ruxell sobre um assunto aleatório, falando sobre respeito, e alguém disse a expressão ‘pisando fofo’. Pablo anotou, depois trouxe para mim, e eu comecei a complementar com versos, e do nada virou uma música muito incrível, música no estilo ‘tô me achando’. E Tasha & Tracie complementam muito o álbum, são duas das pessoas mais ‘chaves’ que eu conheço.” “LEILÃO” “Essa é uma faixa que eu fiz inspirada em toda a minha vivência em uma mesa de reunião conversando com a minha equipe. Falando sobre propostas, o interesse de grandes marcas, enfim, sobre todo o meu processo de entender isso e como isso funciona. Eu sinto que, com o tempo, eu fui entendendo o que o meu processo significa para a cultura e entendendo o meu valor. A grande questão de ‘Leilão’ é questionar o quanto vale a nossa arte.” “LSD” “Mais uma sacada com a qual Pablo Bispo me presenteou. Ela estava dentro de outro projeto, mas ele achou muito a cara da Lady Leste. Quando a ouvi, fiquei apaixonada. Ela é mais uma música sobre o monstro da fama, em referência também a Lady Gaga. Fala de como podemos ser afetados e fala de quantas vezes precisamos nos deitar com a fama para nos encontramos. Amo muito que ela traz uma identidade para o álbum, além de trazer a pegada mais rock, nos encaminhando para o final.” “A QUEDA” “Para mim, esse é o auge do momento pop rock do álbum. É uma faixa que fala sobre um tema muito delicado e muito atual da nossa sociedade, que é o ódio coletivo. Não é à toa que a estética do clipe foi feita voltada para o terror, com o timing perfeito, porque consegui soltar isso a tempo para o Halloween. Mas, para mim, ‘A QUEDA’ representa apenas subidas, e essa é uma das grandes ironias da minha vida. As coisas só decolaram depois do lançamento dela.” “SOBREVIVI” “Uma faixa que fiz com a Priscilla Alcantara, que eu amo muito, nos conhecemos desde criança, quando tínhamos 9 anos. Criamos caminhos completamente diferentes, mas nos encontramos de novo. E sempre dividindo muitas referências e momentos bons. Quando me veio a sacada de fazer esta música, jamais pensei que a cantaria com a Priscilla. Ela veio da minha vontade de ter uma música de estádio, sabe? Para cantar emocionada com a galera no fim do show. Eu fui atrás de referências e tinha isso na minha cabeça, uma faixa mais pesada meio Arctic Monkeys. Bom, cheguei com ela pronta para o Ruxell e, quando o Pablo Bispo a ouviu, ele disse que era a cara da Priscilla Alcantara. Em resumo, esta música dá uma sensação de concluir o ciclo deste álbum e apontar para o futuro.”

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