São cerca de 60 anos de sucesso ininterrupto, com pelo menos um álbum por ano entre 1963 e 1998 e mais de 140 milhões de cópias vendidas em português e em espanhol. Uma carreira que se confunde com a própria música popular brasileira, uma voz que marcou gerações no rádio, na TV e no cinema. Nascido em 1941 em Cachoeiro do Itapemerim (ES), Roberto Carlos estourou em 1963 com o hit “Splish Splash”, do seu segundo álbum. Roberto era rock ‘n roll, um rebelde bonitão, e, em 1965, foi comandar o programa Jovem Guarda, na TV Record, com Wanderléa e Erasmo Carlos, seu amigo de fé desde a adolescência no bairro carioca da Tijuca. Jovem Guarda, o álbum, define a sonoridade do rock brasileiro da época e traz o hit “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”. Com o enorme sucesso na televisão, ele invade também a tela do cinema, com destaque para o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968). Em 1971, chega o álbum que evidencia a transição do roqueiro juvenil para o adulto romântico. Chamado Roberto Carlos – como a imensa maioria dos seus álbuns –, este LP é um marco na carreira do cantor, com “Detalhes”, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” e “Todos Estão Surdos”, esta última dele e Erasmo. Poucas parcerias musicais são tão longevas, constantes e produtivas, e resultaram em tantos sucessos quanto a dupla Roberto e Erasmo. A partir dos anos 70, a religiosidade se torna um tema frequente na sua obra, com músicas como “Jesus Cristo” (1970), “Ele Está pra Chegar” (1981) e “Nossa Senhora” (1993), entre várias outras. Ele também soube falar como ninguém com o Brasil, com homenagens a caminhoneiros, taxistas e também às mulheres gordinhas, baixinhas e de óculos. O rei falou do Brasil com músicas em defesa do meio ambiente como “O Progresso” (1976), “As Baleias” (1981) e “Amazônia” (1989). Desde 1974, Roberto Carlos comanda um especial de Natal da Rede Globo, uma tradição que dá a dimensão do seu reinado na cultura brasileira.