Formada em Brasília no ano de 1996, o Natiruts é uma das bandas brasileiras mais representativas na cena do reggae roots – gênero alinhado à musicalidade jamaicana e às produções impecáveis com sonoridade vintage dos anos 70. O grupo estourou com “Presente de um Beija-Flor” e “Liberdade pra Dentro da Cabeça”, do álbum de estreia, lançado de forma independente em 1997, que carregava o então nome da banda, Nativus. O sucesso foi tanto – 40 mil cópias vendidas – que a EMI relançou o álbum no ano seguinte, firmando de vez o nome dos brasilienses na cena nacional. Em 1999, após um processo judicial, o grupo precisou mudar seu nome, e, desde então, as prensagens do primeiro álbum são lançadas com o novo nome da banda, Natiruts. O fim do contrato com a gravadora, em 2005, marcou a volta do Natiruts ao cenário independente. A mistura de reggae e pop ensolarado da banda já tinha conquistado o público brasileiro e, naquele mesmo ano, foi lançado o álbum com pegada dub Nossa Missão, emplacando o hit “Quero Ser Feliz Também”. Marcos importantes na trajetória do grupo também foram emblemáticos: os 20 anos foram celebrados com a gravação do DVD Natiruts Reggae Brasil (2016), em Salvador – um grande encontro com Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Toni Garrido e outros nomes do reggae e do pop brasileiro. No ano seguinte, foi a vez de explorar novas fronteiras: com o lançamento do álbum Índigo Cristal, o grupo levou o reggae made in Brazil para a América Latina. E mesmo tendo atravessado décadas sem abandonar as raízes, o Natiruts também soube se reinventar e amadurecer – na música e na mensagem. No álbum Good Vibration (2021), o grupo expandiu a sonoridade, resgatando as raízes africanas que também dão origem à música da Jamaica – como no single “América Vibra”, com Ziggy Marley. Lançado durante a pandemia, o álbum é também um manifesto contra o governo brasileiro. O grupo acredita que a cultura é um dos melhores recursos que temos para atravessar tempos sombrios e aposta nas boas vibrações para seguir em frente.